terça-feira, 11 de novembro de 2014



III – NOVA ROTINA
Duas semanas de trabalho pesado, todos os dias compras no Atacadão, carrega porta mala, leva, esvazia porta mala, sobre 10 lances de escada com aquelas caixas de 12 litros de leite, massa, farinha, batata, tomate, beterraba, tudo isso dez vezes.

Haaaaa, que maravilha chegar em casa às 21 horas, tomar banho, descansar, não sem antes subir 4 andares de escadas, prédio pequeno, sem elevador, baratinho, tudo é baratinho em porto comparado a São Paulo.

IV – O DIA

Tudo parece correr bem, trabalho se organizando, finanças também, nada é como sua cidade natal e especial. Mas este dia seria o dia da breve interrupção de planos.

Vamos lá, vamos lá meu jogador! Dizia o cunhado. 10 anos depois, sem fazer parceria para tal em Sampa, aceitei mostrar minhas habilidades futebolísticas para a gurizada. Não era para ir, ele disse, lá de cima, mas teimoso não tem jeito.

CEASA à tarde para conhecer o local e os preços, afinal agora sou um “restauranteur” de R$ 12,00 buffet livre, com carne livre, paraíso de caminhoneiro. Me apaixonei por uma caixa de tomate por R$ 35,00. Me dá que é minha e levo eu mesmo! Feito, fisgão nas costas e dor na lombar a tarde inteira. Adeus joguinho de bola.

Vamos lá meu jogador dizia ele as 20:00, jogo as 21:00. Tá bom vamos, estou bem. Que nada. Mas até que para 10 anos parado, o desempenho foi bom, abrimos 10 x 1 enquanto estava no time, zagueirão estava de volta.

Finalzinho de pelada de salão, vou pro gol, manquitolando como pangaré velho, normal, hora da experiência se preservar, últimos minutos, chute a gol pego a bola fácil e passo para o jogador do meu time no meio.

Paaahhhh! Mas que diabo como chutaram a bola tão rápido? Quem deu uma pedrada no meu calcanhar? Foi-se o Tendão de Aquiles. Merda.


A ideia de iniciar este blog/diário é para relatar, em forma de protesto ou de observação, as realidades nuas e cruas que ocorrem em nossa vida, pessoas como eu, que em certas circunstâncias acabam sendo desrespeitadas, feitas de bobo, recebem um enxame de propagandas enganosas dia após dia, mas que com bom humor, vivem a vida bonita e veem também coisas boas no ser humano e na sociedade, não vamos viver só de desgraça e ver o que acontece por aqui.

O primeiro post é sobre uma experiência vivida, agora mesmo, escrevendo deitado na cama de hospital.



DIÁRIO DO SUS
I - SUS
Achei interessante colocar na web essa experiência de estada do SUS, mais precisamente no Hospital Cristo Redentor em Porto Alegre/RS, não com intuito de uma narrativa pessoal, apesar de ser, mas como demonstração de experiência real em atendimento no SUS pelo Brasil.
Claro que existem casos e casos a serem atendidos pelo SUS no Brasil que nem se imagina, descasos e falta de estrutura, mas também deve existir uma ponta pequena de esperança.
Ao final dessa saga, tentarei expressar uma opinião sobre os fatos ocorridos, sobre essa experiência, que não é a primeira mas a mais longa e que resolvi escrever.

II – BREVE HISTÓRICO
Ufa, depois de quase 3 anos de avaliações, pensamentos, ponderações, opiniões de familiares e amigos, perda de familiares, tudo e nada, resolvemos eu e minha esposa, retornar a Leal e Valerosa Cidade de Porto Alegre. Não ser e não pertencer, a uma cidade incrível e tão particular como São Paulo, encarando seu gigantismo de pedra por 8 anos, é coisa de macho, de gaúcho mesmo.

17 horas de viagem de carro, início 25 10:00 horas Planalto Paulista - São Paulo, término 26.10.2014 03:30 horas Sarandí - Porto Alegre, retorno cansativo mas uma aventura, mulher, cunhada, dois cachorros, carro abarrotado, “110, 120, 160, só pra ver, até quando, o motor aguenta”. Nada. No limite, breves escapulidas pra ganhar tempo, que não se ganha, só perde, cada ultrapassagem de caminhão e segura o “puta merda”, dá uma friozinho até no motora.

Agora sim, 03:30 da madruga, casa nova, na verdade “ap”, menor, mas casa, Porto Alegre. Após duas perdidas em Caxias (para os íntimos), CAXIAS DO SUL (para os forasteiros) e também em Novo Hamburgo, quando dirigia retornando do caminho errado pensei, como pode alguém (eu) se perder em Novo Hamburgo, quem é o idiota que se perde em Novo Hamburgo? Sempre foi linha reta até Porto Alegre?! Depois disso ser recebido após 17 horas de viagem, as 03:30 da madruga com pudim de vó da esposa, não tem preço.

Dormir, acordar tarde, viver de novo a nova velha cidade.

A ideia de recomeço na sua casa é entusiasmante, trabalhar, cuidar de restaurante próprio, curtir tudo que se curtia a distância, pela net, agora ao alcance da vontade sem preguiça: feira do livro estourando, redenção, gasômetro, semana farroupilha, gramado, canela, caxias do sul, magistério, what? Sim o mar azul e as dunas de magistério no ano novo. Não consegui escapar, a esposa tem um fascínio por magistério desde que a conheço, devem ser aqueles lugares que se guarda na lembrança desde criança ou aqueles malditos “centrinhos” de praia pequena, cheios de “inferninhos” com meia dúzia de gatos pingados de chinelo e camiseta regata. O “macoco” em Imbé era uma rave tomorrowland" perto dos inferninhos.
Tenho a impressão que no dia que podermos ir para uma Cancún, ou mais perto, talvez aqui em Fortaleza ou Natal, Magistério voltará a ser apenas opção acadêmica, palpite.

continua...